sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Europa - 30º dia – BRASIL

De volta ao Brasil, encerro por aqui a minha viagem.

Sei que a Carla que viajou não foi a mesma que voltou, pois é impossível não mudar algo numa viagem e voltar alguma coisinha diferente. São tantas coisas para ver, para sentir, para observar.

Algumas vezes, enquanto estávamos em quatro pessoas, eu ficava estremamente irritada, mas me controlava. Por outro lado, estar sozinha me deixa muito tranquila por poder me organizar e também fazer somente o que me agrada. É nessas horas que passo a não ter certeza se realmente me adaptaria novamente a um relacionamento. Ou, ao contrário, me adaptaria totalmente e engoliria um monte de sapos.

Não sei.

Só sei que toda situação tem pontos positivos e negativos e, enquanto estou sozinha consigo refletir melhor, entrar mais em contato comigo mesma, pois a conversa passa a ser interna.

Lá na Europa vi pessoas de todos os tipos e estilos de vida bem diferentes. Enquanto caminhava pela noite de Amsterdam observei o interior de alguns predinhos e via apartamentos bem pequenos, mas muito ajeitados. E fiquei pensando que talvez mudar para um apartamento maior seja mais uma questão de status do que de necessidade. Voltei com muitos pensamentos a respeito do meu futuro, sobre o que fazer. Talvez comprar uma moto, talvez comprar um apartamento adicional para receber o aluguel, talvez trocar o meu por um maior. São pensamentos, idéias, mas antes de tudo preciso dar um tempo e ver no que vai dar.

Para fechar, deixo aqui uma frase que li durante minha última noite em Amsterdam:

“A vida é como um banquete e somente os idiotas preferem morrer de fome”

Até a próxima.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Europa – 29º dia – Holanda (Amsterdam)

Hoje Amsterdam chorou pela minha partida.

O dia amanheceu cinzento e chuvoso. Claro que mais frio também e, por sorte, não ficarei para encarar esse clima.

Peguei um ônibus direto para o aeroporto. Muito prático. Custaria EUR 3,80, mas o motorista não quis que eu pagasse e ainda ganhei uma piscadinha. Foi engraçado, principalmente porque ele era um tipo Bob Marley, rastafári. Sei que é preconceito, mas no Brasil dificilmente uma empresa de ônibus ou qualquer outra contrataria um negão daquele. Pra mim é muito mais estiloso assim. Mas no Brasil as pessoas ainda não estão preparadas para isso.

Agora é caminho de casa.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Europa - 28º dia – Holanda (Amsterdam)

Que dia lindo!

A chuva acabou e dos dois janelões do quarto vejo o andar de cima de uma casa com o topo das árvores e o céu zul e limpo.

Fui tomar meu café da manhã e quando fui dar aquele gole grande no café, pensando no tempo lindo que me esperava lá fora, tinha colocado sal ao invés de açúcar. Quase joguei tudo pra fora.

Hoje fui ao Museu Van Gogh que fica aqui pertinho do hostel. A história dele é demais. O cara pirou mesmo. Fiquei pensando, será que o cara era viado e apaixonado pelo amigo? Ele cortou a orelha depois de discutirem. Vai saber...Só eu mesmo para ir no museu e ficar tentando imaginar se o cara era viado. Enfim...

O quadro que mais gostei foi das amendoeiras em flor na primavera. Ele fez para seu sobrinho, que ao nascer ganhou o mesmo nome dele, Vincent.

No caminho para o museu descobri o famoso I AMSTERDAM que, de acordo com a recepcionista do hostel, está sempre sendo mudado de lugar. Aproveitei e fiquei um pouco na cafeteria em frente, fiquei um tempo sentada observando enquanto tomava um café.

Depois segui para a Anne Frank Huis. Já que cheguei cedo, almocei antes, quase em frente, do outro lado do canal. Comprar o ingresso pela internet foi a melhor coisa que eu fiz. Não peguei fila alguma. Toquei, abriram a porta, mostrei o ingresso e entrei. Adorei ter a oportunidade de estar ali. Fiquei muito emocionada. Tive vontade de chorar por várias vezes. Li esse livro há uns 20 anos e até hoje gosto muito dele. Estar ali, naquele local, mexeu demais comigo. Não foi como nos outros museus que queria sair logo. Ali eu fiquei com prazer. Li e reli tudo com vontade e paciência e na saída comprei alguns livros dela.

Fui dar uma passeada pelas lojas e com o dinheiro que sobrou comprei um ipod schuffle de 4GB.

Andei muito, cansei, comi umas porcarias e voltei ao hostel.

A noite só dei uma voltinha a pé para me despedir da cidade. Jantei no hostel mesmo.

Talvez por ser minha última noite, estou me sentindo meio ansiosa.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Europa - 27º dia – Holanda (Amsterdam)

Acordei às 05:30. Apesar de nem ter dormido direito. Não vejo a hora de ter um banheiro só pra mim, para ficar à vontade.

Acordei várias vezes durante à noite com vontade de ir ao banheiro. Que inferno!

Conseguimos chegar na estação de trem na Antwérpia ainda bem cedo e comprei ticket para o trem das 7. Quase chorei ao me despedir da Katia. Ela me tratou tão bem e me ajudou tanto. Receber toda aquela atenção dela foi algo incrível.

Cheguei no hostel por volta de 10 horas e o check-in só poderia ser feito à partir das 14 horas. Deixei minhas coisas no locker e fui no walking tour das 10:40.

Aproveitei o tempo livre para acessar a internet antes do tour e o saldo do meu cartão era animador. Ainda dava para umas besteirinhas.

Achei estranho, mas ninguém interagiu muito durante o walking tour. Talvez por ter muita pivetada, ou por eu estar com cara de “quero ficar sozinha”. Vai saber.

Só sei que o grupo estava cheio de norte americanos e eles eram uns babacas. Chatinhos, fúteis, só queriam aparecer. Umas meninas faziam questão de falar a toda hora sobre as experiências delas com cookies e brownies e fumo e cogumelo. O próprio guia só falava disso e ainda disse que tinha certeza que pelo menos 80% estava ali pela maconha.

O último assunto do dia foi a casa de Anne Frank e ninguém (com exceção de mim e outra moça) sabia do que se tratava. Deu vontade de falar bem alto “Só estou aqui por causa disso”.

E segui para lá. Tirei umas fotos mas a fila era gigante.

Andei bastante pela cidade, voltei para o hostel, deitei e o sono me pegou...mas o frio também, e tive que pular da cama direto para o chuveiro pelando de quente para tentar conter as câimbras.

Aproveitei o descanso, liguei o aquecedor e fiz meus planos para o dia seguinte.

Saí para jantar e acabei parando num restaurante argentino onde comi feito uma morta de fome. Escolhi costela de porco com batata assada. Eram enormes as costelas.

Enquanto estava ali sentada, sozinha, me senti diferente de todo mundo. Fiquei pensando na quantidade de gente que viaja ou que vive sozinha e não tem coragem para sentar num restaurante sozinha e comer. Acho que senti orgulho de mim mesma, de ter chegado até ali, pois de certa forma, estar sozinha e encarar isto é como desafiar o que a sociedade nos impõe.

Quando olhava para os lados sentia as pessoas me observando. Eu era a única pessoa sozinha e, além de tudo mulher. Será que sentiam pena? Curiosidade? Sei lá.

Voltei para o hostel, acessei a internet, comprei meu ingresso para o Museu Anne Frank, comprei no hostel o cartão para o tram e o ingresso para o Museu Van Gogh, aluguei uma toalha e me retirei para o meu quarto.

Fui dormir com a cabeça leve e um sentimento muito bom de missão cumprida.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Europa - 26º dia – Bélgica (Bruxelas)

Acordei quase meio dia. Eram exatamente 11:45. Que vergonha! Nem em casa acordo nesse horário. Fomos dormir quase às 3 e estava morta. Depois do café fomos para Brugge. Linda! Fez eu me lembrar de Veneza, talvez até melhor que Veneza porque não tem tanto turista. Aliás, isso é algo que notei em Bruxelas também. A Bélgica tem menos turistas, o que torna tudo melhor, sem filas enormes e gente falando o tempo todo.

A noite fomos a Gent, jantamos num restaurante italiano e fomos a uma noite de coquetéis onde encontramos o Stevan.

Gostei bastante da Bélgica. Tive ótima impressão das pessoas da vila, achei o povo amigável e simpático.

Amanhã: Amsterdam

Vambora madrugar novamente pela última vez na Europa.

domingo, 26 de setembro de 2010

Europa – 25º dia – Bélgica (Bruxelas)

Peguei o metrô até Paris Nord e deu tudo certíssimo.

Lemontier – Republique – Paris Nord.

O trem da Thallys era maravilhoso. Digno de fotos. Melhor que avião. Como minha passagem era de primeira classe, tive serviço de bordo com café da manhã caprichado.

Assim que cheguei na estação encontrei a Katia. Estava super frio e chovendo. Ainda bem que comprei o casaco e um guarda-chuvas em Paris.

Sentamos em um café para esperar um amigo dela (Hen, Jen??) que seria o guia.

O dia foi bem agradável. Ele era simpático e engraçado.

A noite, depois de um banho, fomos a um bar encontrar com o Stevan, namorado dela, dono da casa onde fiquei hospedada.

Ganhei um quarto de solteiro só pra mim.

Bebi muita cerveja. Fomos em três bares diferentes.

As pessoas foram bem simpáticas e sempre ficavam admiradas de eu só ficar dois dias por lá. Sempre diziam “Quem sabe um dia você volte. Who knows??” Umas três pessoas disseram isso. Achei estranho.

Para a noite se tornar perfeita, jogamos bilhar em duplas e a minha dupla ganhou, claro!