terça-feira, 16 de junho de 2009

Um Feliz Dia dos Namorados em Curitiba

Acho bem interessante como cada viagem acaba surgindo do nada e, quando volto para ver alguns registros feitos em meu caderno de anotações, acabo percebendo que minha mente já havia passado por aquele destino antes. Hoje em dia a tal da Lei da Atração está muito em alta por causa do livro O Segredo. Mas é realmente impressionante, pois a impressão que tenho é que uma vez que pensamos sobre um determinado assunto, de alguma forma fica lançada a semente e, um dia a idéia brota. Mesmo nem lembrando mais que a semente havia sido lançada, ela estava lá, germinando, pegando um pouco de sol e chuva até brotar e lançar para fora da terra a sua existência.
Foi assim a viagem para Curitiba. Primeiramente tinha intenção de conhecer Ouro Preto, pois havia recebido um convite de uma amiga que mora em BH e não teria despesas de hospedagem. Estava meio na dúvida se iria, pois a logística de Santos para Minas é meio difícil. Teria que pegar um ônibus em São Paulo. Ou então de Santos para Belo Horizonte e de lá outro para Ouro Preto. Perdiria muito tempo na estrada e teria pouco tempo para aproveitar por lá. Mas fui pega por uma crise aguda de apendicite e operada da noite para o dia. Isto me deixou impossibilitada de viajar por dois meses, pois queria ter certeza absoluta de que estava bem recuperada para evitar qualquer imprevisto com minha saúde durante uma viagem. Nesta mesma época que fiquei de molho, um rapaz que conheci na Argentina (Robson) e que virou meu amigo, também estava querendo conhecer Curitiba e como não havia conseguido hospedagem, acabou indo à Foz do Iguaçu.
Um dia, num encontro em um barzinho aqui de Santos, um colega da época de faculdade e que atualmente mora no Rio Grande do Sul me contou sobre um passeio de trem que fez entre Morretes e Curitiba. Disse que é lindo, valia a pena. Como gosto da idéia de passeios diferentes, o passeio de trem me pareceu muito interessante e me empolguei para ir. Até combinamos de ir juntos, mas acabou não dando certo, pois ele teve que trabalhar e também achei melhor esperar um feriado prolongado para aproveitar melhor. Em 11 de Junho teríamos o feriado de Corpus Christi (quinta-feira), surgiu a oportunidade tão esperada para a tal viagem. Comecei as pesquisas de preços, passagens, hospedagem, etc. Falei com o Robson, que disse que também gostaria de ir, pois acabou indo para Foz ao invés de Curitiba e combinamos de nos encontrar lá na rodoviária.
Quando cheguei em casa e fui anotar preços e roteiro em meu caderninho, o que encontrei?? As anotações que a Sally havia feito sobre a viagem dela em Curitiba. Incrível, pois nem me lembrava disso.
Bom, tudo decidido, finalmente o dia chegou. Peguei o ônibus de Santos para Curitiba pela Viação Catarinense aqui em Santos no dia 10/06 às 23:59.
11/06
Cheguei em Curitiba. A viagem como sempre foi tranquila, mas poderia ter sido ainda mais se o trator deitado ao meu lado roncasse um pouco menos. O jeito foi meter o fone de ouvido com musiquinha tocando até pegar no sono. O meu vizinho era meio pancada e, antes de chegar a Curitiba, já ficava desesperando tentando olhar pela janela se já estava próximo ou não e chegou a ter a falta de respeito de abrir a cortina na minha cara, sendo que eu estava na poltrona da janela. Mas, deixa quieto. Eu vejo os absurdos, mas não me importo, enfim...estou viajando...é só alegria.
Chegando na rodoviária não achava o Robson e o celular dele caía na caixa postal. Nessa hora senti aquele vai e vem no estômago, pois só então me dei conta de que nem peguei direito os dados do albergue. Como foi ele que fez a reserva do albergue, acabei deixando isto com ele.
Mas depois de uns 40 minutos nos vimos por lá. Ele estava lá sentado me esperando e eu esperando por ele. Já havia dado uma caminhada, mas não tínhamos nos visto.
Fomos para o albergue. Havia sido chamada para ficar hospedada na casa de um rapaz do CouchSurfing, mas como faríamos os passeios juntos (eu, Robson e o amigo dele, Diego), acabei optando por ficar com eles no albergue. Nos arranjaram um quarto com banheiro, somente para nós três. Foi óóótimo!!! Este primeiro dia tiramos para andar de jardineira pela cidade e conhecemos vários pontos turísticos. Almoçamos super tarde em uma churrascaria no bairro Santa Felicidade, mas como era muito tarde o almoço deixou a desejar. Estávamos cansadíssimos, mas à noite havia combinado de ir num encontro semanal do pessoal do couchsurfing. Passamos na casa de um rapaz de lá de Curitiba e ele nos levou ao local do encontro. Do encontro ainda demos uma esticadinha até um videokê e é claro que não podia deixar de soltar a minha voz com a música Dancing Queen. Eu e o Diego arrasamos..rsrs...
O primeiro dia fechou com chave de ouro. Foi muito animado, nos divertimos muito e conhecemos pessoas muito legais. O Carlos, do Couchsurfing de Curitiba nos recebeu muito bem e virou mais um amigo.
12/06
Estávamos bem cansados do dia anterior e ficamos meio preguiçosos. Os rapazes ficaram dormindo e eu saí para dar uma andada no shopping Estação, quase ao lado do Hostel Roma, que é o nome do Hostel em que ficamos. Como não tinha secador e o frio estava de doer, aproveitei para secar o cabelo num salão do shopping. Afinal, eu mereço!!! Dia dos Namorados é dia de agradar a mim mesma, pois tenho sido uma ótima namorada para mim. Voltei e acordei a cambada de dorminhocos. Fomos na rodoviária comprar as passagens para o passeio de Morretes que faríamos no sábado, passamos pelo Mercado Municipal, pelo centro da cidade, almoçamos num shopping e voltamos ao Hostel já de tardezinha. Eles, já bem descansados, ficaram batendo papo com os hóspedes e eu fui tirar uma sonequinha para poder sair à noite. O Carlos ficou de entrar em contato para sairmos todos juntos, mas aparentemente ficou muito gripado. Sei não, mas era Dia dos Namorados, então acredito que ele tenha tido outros compromissos. Enfim....
Os rapazes me acordaram com a novidade de que tinham feito amizade com o pessoal do hostel e que sairiamos todos juntos para algum lugar.
Então, vamos lá.
Fomos comer pizza, passamos por uma balada, mas não ficamos. Acabamos no Bar do Alemão, que é um bar bem conhecido de lá. A noite foi ótima e o dia perfeito. Brindamos ao Dia dos Namorados, todos sem namorados e felizes curtindo a vida muito feliz, fazendo novas amizades e sem beijar na boca.
13/06
Esse dia passamos em viagem de Curitiba x Morretes x Curitiba.
Pegamos ônibus na rodoviária às 7 da matina. Foi difícil acordar tão cedo com aquele friozinho. Deu mais ou menos uma hora e meia de viagem. Passeamos por Morretes, descansamos um pouquinho e almoçamos num ótimo restaurante na beira do rio um maravilhosso Barreado. Eles preparam tudo no prato e ainda viram o prato na nossa cabeça. Mas, graças a Deus fica tudo grudadinho no prato. Todos sairam ilesos.
Voltamos de trem. Foram mais de três horas de viagem. A vista é linda, montanhas, desfiladeiros, tudo maravilhoso, mas minha câmera ficou sem bateria. Paciência! Estávamos meio cansados de tanta viagem, torcendo para chegar logo.
À noite saí com o Carlos, um rapaz de São Paulo que estava no hostel e com uma outra menina , a Carol. Fomos jogar sinuca com um casal de amigos do Carlos. Depois do jogo fomos a um barzinho, bebemos uma caipirinha e uma porção e ficamos bêbados o suficiente para filosofar sobre a vida. A Carol ficou entediada e de cara feia com a conversa minha, do Carlos e do amigo dele e, acabamos indo embora, pois estava difícil olhar para aquela cara.
14/06
Último dia em Curitiba. Acordamos um pouco mais tarde pois teríamos tempo para cumprir nosso itinerário. Queríamos pegar a jardineira com o restante que tínhamos de passagem e conhecer o Jardim Botânico, um parque e a ópera de Arame. Mas o Robson cismou de copiar minhas fotos. Saiu com minha máquina rumo a uma Lan House e desapareceu. A Uxue e a Carolina foram fazer o passeio sem a gente, caso contrário não conseguiriam ver tudo que queriam. E nada do Robson voltar. Eu sei que a situação ficou angustiante. Acabamos indo ao shopping almoçar, o Carlos que já tinha acordado e estava indo também almoçar se juntou a mim e ao Diego. No shopping encontramos o Robson, já de volta e quase o matei pela demora e pela preocupação. Fomos passear de jardineira e o Carlos foi junto. Mas, o tempo foi curto. Escureceu. O Jardim Botânico ficou para a próxima.
Como na noite anterior fui para o barzinho e praticamente não dormi, voltamos para o hostel e ainda tirei uma soneca antes de irmos à rodoviária pegar o ônibus que saía 00:30 do dia 15.
Viagem encerrada positivamente.
O amigo do Robson, o Diego, se tornou um ótimo amigo. Nós três juntos nos divertimos muito, demos muita risada, tanto juntos quanto um do outro. Nos demos muito bem juntos. Valeu a pena. Fiquei muito feliz com a viagem, voltei muito animada, conheci pessoas muito legais e lugares muito bonitos e interessantes.
Cada vez mais eu tenho a certeza de que para ser feliz, basta querer. Enquanto alguns cruzam os braços e reclamam da solidão, outros colocam a mochila nas costas e saem do casulo para poder ver o mundo.
Prefiro admirar e ficar feliz com os diamantes no caminho do que entrar na busca incessante pelo pote de ouro no final do arco-íris, que no final, pode até estar vazio.